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UCS propõe estacionamento pago e fim do transporte público no campus



A Universidade de Caxias do Sul apresentou à Comissão de Desenvolvimento Urbano, Transporte e Habitação (CDUTH) da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul uma Proposta de Revisão do Plano Diretor Municipal (PDM) da cidade.

O documento apresenta justificativas para o fechamento da Cidade Universitária. Chamada no documento de “desafetação das vias internas”, a sugestão é de cercear o acesso à UCS. Há de se destacar, ainda, que o documento se baseia em dados de um trabalho acadêmico realizado por uma então estudante da UCS em 2008, cujas informações já não condizem com a realidade.

Esta proposta significará um conjunto de mudanças na rotina universitária.

Uma dessas mudanças é o fim da circulação de linhas de ônibus no interior do campus. Com isso, a linha que atende a universidade ao longo do dia e as linhas dos bairros que circulam em horários de pico deixariam de atender a UCS, fazendo com que o ponto mais próximo para embarque e desembarque seja a BR-116, perto do Hospital Geral, ou a Rua Ferdinando Rosa (ao lado do CTG Campo dos Bugres), cujas condições de segurança são bastante frágeis e os pontos de ônibus distantes da maioria dos blocos.

Usuária do transporte coletivo público, a estudante de Direito, Gabriela Pellenz, comenta que com o fechamento do campus pode aumentar a evasão universitária. “Já imaginou quanto tempo os estudantes ficariam andando pelo campus até ter acesso a parada de ônibus, após ter trabalhado o dia inteiro, e estarem expostos a insegurança?”, questiona.

Estacionamento pago é uma das grandes polêmicas da proposta 

Outro ponto é a instalação de estacionamentos pagos. Uma significativa parcela de estudantes se deslocam para a UCS por meio de veículos particulares. Com base nos dados de 2008, a universidade alega um déficit de três mil vagas de estacionamento.

Os custos para a construção de um edifício-garagem são elevados; e, a dificuldade apresentada pela Universidade de se manter também moveram esta proposta.

O diretor discente da Área do Conhecimento de Ciências Sociais, Douglas Puls, comenta: “A UCS TV foi fechada, as cotas de impressão limitadas, o Hospital Veterinário ainda não foi entregue… E de onde sairá dinheiro para um edifício-garagem? Das mensalidades. Cobrar estacionamento onera ainda mais nós estudantes!”

Fechamento do campus torna a região mais insegura. 

O documento salienta que o controle de acesso pode contribuir para a redução de assaltos e furtos  dentro da Cidade Universitária. Acontece que, com o fechamento, muitos estudantes, por exemplo, poderão optar por estacionar nos arredores da UCS, se expondo a riscos maiores do que dentro do campus.

Vejamos o exemplo do Bloco S: com quase trinta vagas no estacionamento, muitos tendem a estacionar seus automóveis nos arredores, onde frequentemente acontecem arrombamentos e furtos. Isso sem contar nos estudantes que cotidianamente sofrem com a insegurança nas ruas próximas ao bloco.

Para o vice-presidente do DCE UCS e estudante de Nutrição, Ângelo Boff, “fechar o campus só vai transferir a área da insegurança. Os estudantes que antes sentiam medo dentro do campus, nas paradas de ônibus e nos locais menos iluminados, com o fechamento, sofrerão ainda mais e correrão mais riscos”.

Diretório Central de Estudantes (DCE UCS) apresenta alternativa à Comissão de Desenvolvimento Urbano, Transporte e Habitação (CDUTH)

A apresentação de propostas para alteração do Plano Diretor Municipal se encerraram às 17h desta terça-feira. Conforme matéria da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul, mais de 80 propostas já foram apresentadas.

Thales Silva, presidente do DCE UCS defende que uma discussão desse porte  deve  abranger toda a comunidade e não deve ser pautada apenas nos interesses econômicos de uma das partes.

“É importante lembrarmos que a UCS é um grande patrimônio de todos os caxienses, e que fechar o campus  não contempla o caráter comunitário que a Universidade tem. Além disso, os estudantes que já pagam a mensalidade e tem custos de transporte e alimentação altos teriam que pagar pela construção de um prédio-garagem e perderiam a possibilidade de optar vir com o transporte coletivo pois as linhas de ônibus deixariam de atender o campus. A proposta da UCS é injusta e unilateral”, enfatiza o presidente.

O DCE UCS propôs um Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) para que o município avalie a situação de mobilidade e segurança na Cidade Universitária e nos bairros que circundam o campus; uma audiência pública para debater com a comunidade; e um estudo técnico para viabilizar outras saídas como  o tráfego entre o campus e a rua Augusto dos Anjos, via pública interditada por muro particular da Universidade.

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