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CIC quer impor novo comando ao Conselho Diretor da UCS através de eleições relâmpago



Na segunda-feira (17/02/2020) o Conselho Diretor da Fundação Universidade de Caxias do Sul se reunirá para discutir quem será o seu novo presidente. Sem divulgação e fora do período de aula, os representantes da Câmara de Indústria e Comércio (CIC) apostam em um processo eleitoral surpresa como forma de manter seus interesses. O Conselho Diretor é formado por representantes do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, Prefeitura Municipal de Caxias do Sul, Associação Cultural e Científica Virvi Ramos, Mitra Diocesana de Caxias do Sul, Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC), além do reitor em exercício. Portanto, o Diretório Central de Estudantes e as associações de professores e de funcionários não tem participação no principal órgão deliberativo que envolve a Universidade.

Além da vantagem de possuir 2 (duas) cadeiras próprias, a CIC aumenta seu poder de decisão com a entrada do seu vice-presidente de indústria, Mauro Gilberto Bellini, como representante do Governo Estadual. Ou seja, 3 (três) dos 7 (sete) conselheiros compõem a cúpula da entidade empresarial da cidade. Tal fenômeno causa total desequilíbrio nas decisões, aumentando consideravelmente a chance de equívocos em um fórum que impacta diretamente no desenvolvimento de toda a região. O grupo trabalha para a recondução de José Quadros dos Santos ao cargo de presidente do Conselho Diretor.

Apenas a perspectiva dos dirigentes da CIC não permite uma gestão adequada dos problemas e desafios que a FUCS tem sobre suas mantidas. A Universidade de Caxias do Sul, por exemplo, tem reduzido drasticamente seu número de alunos nos últimos anos, só permanecendo próximo aos 10 mil matriculados, graças aos programas sociais como o ProUni e FIES. A solução encontrada pela atual gestão da universidade, com o aval da Fundação, é apostar no fechamento das vias de acesso ao Campus Sede, visando o corte de recursos em segurança, além de cobrança de estacionamento pago, através da construção de um edifício-garagem e o controle de acesso de veículos nos espaços do Campus.

A reunião que pretende definir o novo presidente do Conselho Diretor está prevista para acontecer na tarde desta segunda-feira. A convocação feita através de e-mail foi retificada e dividida em duas mensagens. A ideia do grupo que pretende hegemonizar ainda mais o conselho é fazer a eleição a todo custo para que seus interesses sejam atendidos o mais breve possível. Quadros, que exerce um mandato tampão após o falecimento do último presidente do Conselho, pretende se consolidar na presidência do fórum. A tesoureira do DCE UCS, Bárbara Moreschi, avalia a eleição relâmpago como oportunista e negativa para o futuro da Universidade: "Vai ser um manda quem pode, obedece quem tem juízo! Imagina a capacidade de diálogo de alguém que para se eleger precisa chamar uma eleição às pressas para garantir maioria de votos." 

Para o presidente do DCE UCS, Hector Oliveira, buscar o equilíbrio financeiro apenas pela lógica mercadológica ao invés de democratizar e facilitar o acesso de estudantes à UCS não está sendo a melhor saída, considerando a queda no número de alunos da instituição nos últimos anos. "É preciso respeitar a função social que UCS tem como instituição comunitária, de caráter público não-estatal, sem fins lucrativos e com a responsabilidade de desenvolver socialmente a região que está inserida." afirma o presidente.

O Diretório Central de Estudantes seguirá atento a qualquer medida que possa comprometer o futuro da UCS, denunciando e tomando todas as medidas cabíveis para garantir o diálogo e respeito à comunidade acadêmica, sobretudo, para com os estudantes da Universidade de Caxias do Sul.

Secretaria de Comunicação
DCE UCS

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