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DCE UCS foi a única entidade a votar contra o aumento da passagem em Caxias do Sul

 


        O valor da tarifa do transporte coletivo urbano em Caxias do Sul terá novo reajuste a partir do próximo domingo (01 de janeiro de 2023). O pedido de revisão tarifária partiu da atual empresa concessionária do serviço, VISATE, com a justificativa de manter o equilíbrio econômico e financeiro da empresa. Em reunião ocorrida na última terça-feira (27/12), a Divisão Técnica da Secretaria de Trânsito, Transporte e Mobilidade (SMTTM) apresentou ao Conselho Municipal de Mobilidade (CMM) o cálculo tarifário para o reajuste feito pela própria Secretaria.

        O valor calculado apontou R$6,10 para os usuários que realizarem o pagamento da passagem em dinheiro, o que representa um acréscimo de 8,9% sobre a tarifa atual de R$5,60. Já para aqueles que utilizam o cartão de pessoa física Caxias Urbano, o valor da passagem será de R$4,90. 

        O modelo de sustentação do transporte coletivo urbano em Caxias do Sul já está condenado ao colapso há anos, segundo especialistas. O encarecimento na tarifa não soluciona os problemas enfrentados pelos usuários do transporte público. Na verdade, alimenta um ciclo vicioso, transferindo a demanda de deslocamentos para o transporte individual e cada vez mais inviabilizando o sistema de transporte público. Sem uma ação efetiva da administração em garantir políticas públicas para a mobilidade urbana, o sistema só tende a gerar aumento injusto da tarifa e redução do número de passageiros a cada novo reajuste.

        Para a presidente do DCE UCS, Barbara Moreschi, o aumento injusto que ocorre anualmente é justificado principalmente pela taxa de lucro da empresa e significa a negação de direitos sociais para a população: “Todo ano o aumento da tarifa acontece para garantir uma taxa de lucro absurda aos donos da VISATE, aconteça o que acontecer o lucro da VISATE nunca é questionado. Queremos a revisão disso já! O transporte público deve ser entendido como uma forma efetiva para acessar à cidade e seus serviços, como saúde e educação. Por exemplo, nós estudantes, sofremos muito com a diminuição de horários e com o aumento da passagem. Vai ficar mais difícil continuar estudando.” afirma.

        Na mesma reunião do Conselho Municipal de Mobilidade (CMM) da última terça-feira (27/12), os conselheiros já realizaram a  votação da proposta de reajuste. Geralmente, é feita uma rodada de discussão entre os conselheiros e é distribuída a diferentes representantes a relatoria e revisão do projeto. Desta vez, não houve sequer debate e revisão do projeto entre os próprios conselheiros. Através de um dispositivo do regimento interno, foi solicitado a votação em caráter de urgência, impedindo, desta forma, qualquer debate e movimentação contrária à proposta. 

        Além do voto contrário na reunião, o conselheiro que representa o DCE UCS manifestou a contrariedade ao método utilizado para a discussão de um tema tão importante para a cidade, que decidiu da noite para o dia um novo reajuste sem dialogar com a população. O DCE UCS seguirá dialogando com demais entidades e instâncias responsáveis e novas movimentações serão divulgadas através das redes sociais.

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