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Retirada de aulas do Bloco H preocupa estudantes dos cursos da Área de Humanidades

 


        A Universidade de Caxias do Sul anunciou recentemente o retorno das aulas presenciais em todas as unidades a partir do dia 03 de março. A  retomada da presencialidade se dá em um cenário de avanço da vacinação e casos mais graves da Covid-19 sob relativo controle. No entanto, isso não significa que o relaxamento de medidas de proteção tenha sido autorizado. A partir da reivindicação dos representantes estudantis e de orientações de especialistas, o retorno vai impor uma série de medidas de cuidado e proteção, como o distanciamento, o uso obrigatório de máscara de proteção e a frequente higienização das mãos e superfícies com álcool gel 70%.


        Seguindo os protocolos de segurança, estudantes estão animados com a volta das aulas e já começam a se preparar para a nova rotina, seja aqueles alunos matriculados desde antes da pandemia ou aqueles que entraram para o ensino superior a partir de 2020 e só tiveram aulas síncronas, todos estão se preparando para voltar presencialmente na próxima semana.


        Durante essa preparação, algo incomum chamou a atenção dos estudantes dos cursos de Humanidades: as aulas específicas de cursos como Letras, História e Serviços Social, por exemplo, foram realocadas para prédios distintos do bloco de origem dos cursos, o Bloco H. O fato provocou descontentamento em boa parte dos estudantes que questionam o porquê da medida.


        Como a Universidade tomou uma medida sem nenhuma justificativa, estudantes procuraram professores, coordenadores de curso e o Diretório Central de Estudantes para relatar as mudanças e buscar esclarecimentos. As coordenações de cursos e docentes que responderam os questionamentos relatam estar igualmente surpresos. Os alunos veem a situação com desconfiança e exigem diálogo a respeito. A estudante Gabriele Patzlaff, Coordenadora do Centro Acadêmico de Estudantes de História, acredita que a retirada das aulas do Bloco H pode significar a remoção dos cursos da Área de Humanidades do prédio para alocação de um laboratório para o curso de Medicina. No ano passado nós do CAEH, juntamente com o DCE e outros Diretórios Acadêmicos, fizemos algumas mobilizações de resistência a remoção de nossos cursos do bloco. A voz dos estudantes precisa ser ouvida, não aceitaremos essa medida. O Bloco H guarda a memória e a cultura de nossos cursos, colegas já formados e professores. Não dá para querer passar por cima disso para beneficiar somente um curso. Exigimos respeito a nossa história e ao nosso Bloco.


        A estudante se refere ao projeto de construção de um laboratório para o curso de Medicina no terceiro andar do Bloco H. Como esse andar é o que mais comporta salas de aula, a construção de um laboratório já retira boa parte da capacidade de uso do prédio pelos cursos que têm origem no Bloco. Além disso, de acordo com informações obtidas em reuniões com a gestão da universidade sobre o tema ainda em 2021, os outros andares serviriam de salas auxiliares ao laboratório de aprendizagem. Ou seja, o projeto prevê a retirada de centenas de estudantes de seu bloco de origem para alocar um laboratório de um curso que já conta com o Hospital Geral, Ambulatório Central, Bloco S e Anatômico para a realização de aulas. Uma das justificativas da universidade é de que a proximidade do Bloco H com o Ambulatório Central impede que os estudantes de Medicina tenham que caminhar mais alguns metros. No entanto, diminuir a distância e ampliar a comodidade de estudantes de um único curso não deveria comprometer e prejudicar as centenas de estudantes de cursos da Área de Humanidades que tem o Bloco H como referência desde os primeiros anos de seus cursos no Campus.


        A universidade evita pronunciamento oficial sobre o tema. Os representantes do Diretório Central de Estudantes manifestam preocupação e afirmam que não vão aceitar medidas prejudiciais à maioria e a tomada de decisão sem diálogo com a comunidade acadêmica. É inadmissível que uma mudança tão relevante para vários estudantes de diversos cursos da Área de Humanidades seja tomada sem nenhum diálogo, de forma vertical e inconsequente. Ainda essa semana vamos procurar a gestão da universidade e levantar mais informações sobre o tema. Vamos mobilizar os estudantes desses cursos para lutar pelos seus direitos. Como estudantes, estamos prontos para o diálogo e para a mobilização. Somos parte importante da comunidade acadêmica. Exigimos respeito!” -  afirma a estudante Kauana Melo, diretora do DCE UCS.


        O DCE vai abordar a questão nas reuniões ordinárias dos fóruns em que faz parte e nas reuniões já agendadas com a gestão da universidade para o início do ano letivo. Além disso, a entidade vai promover o diálogo com os Diretórios Acadêmicos e estudantes dos cursos que têm o Bloco H como bloco de origem. Atualizações sobre o tema serão publicadas nos canais oficiais de comunicação do DCE. Acompanhe-nos!


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