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Com Restaurante Universitário mais caro do Brasil, UCS mantém política de descaso com demandas da comunidade acadêmica

 


        Permanecer estudando no ensino superior em universidades pagas nos últimos tempos vem sendo um desafio muito grande que a maioria dos universitários enfrenta. Além da pandemia, a gestão econômica em nosso país provocou uma diminuição considerável no poder de compra da população. Chamado também de empobrecimento, esse efeito gera uma desaceleração em diferentes setores e obriga as pessoas a abrirem mão de algumas coisas para seguir equilibrando as contas do cotidiano. Nesse sentido, a própria permanência no ensino superior ficou prejudicada e muitas pessoas tiveram que abandonar ou adiar o sonho da formação. Aqueles que conseguiram permanecer até então enfrentam uma luta diária para seguir. Entre os principais impactos no orçamento dos estudantes está a mobilidade e a alimentação. Na UCS, o descomprometimento da gestão da universidade com essas questões já provocou uma enorme evasão, seja por desistências ou transferências. Mesmo diante dessa realidade, essas questões seguem ignoradas pelo comando da instituição.

        Embora os estudantes, através das entidades representativas do movimento estudantil, como o DCE UCS, estejam diariamente discutindo esses temas e apontando soluções e alternativas, a gestão da universidade segue encastelada e tomando decisões equivocadas e autoritárias enquanto aposta no marketing como maquiagem para os resultados desastrosos nas matrículas e nas relações com a comunidade acadêmica. Para citar um exemplo, recentemente, representantes do DCE estiveram na Secretaria Municipal de Trânsito, Transporte e Mobilidade reivindicando melhorias no transporte público, tanto na ampliação de horários como abrangência de itinerários, como é o caso do ônibus do Campus 8 e das linhas dos bairros que passariam na cidade universitária nos finais das aulas dos principais turnos. Para encaminhar a resolução do problema, bastava a UCS se manifestar e corroborar com os apontamentos dos estudantes e mesmo com sucessivas cobranças ao setor responsável e à reitoria, a UCS manteve-se inerte e impediu maiores mudanças. O movimento estudantil, na ocasião, conseguiu garantir apenas algumas alterações já que a universidade não forneceu os dados que detém sobre o fluxo de alunos nos turnos e não ratificou as demandas apresentadas, ou seja, os principais problemas de mobilidade poderiam ser sanados caso a instituição fizesse a sua parte. Logo, os problemas de transporte do cotidiano da comunidade acadêmica não estão resolvidos pela irresponsabilidade da instituição e tal aspecto é um dos principais fatores de afastamentos de alunos da instituição.


Mobilidade ruim e alto custo na alimentação são principais fatores de evasão 

        Além da mobilidade prejudicada e custo da mensalidade alto, a alimentação é apontada como outro fator fundamental de evasão. O alto preço dos lanches nas cantinas e no Restaurante Universitário da UCS inviabilizam os estudos de muitos alunos. Em recente levantamento realizado pela diretoria do DCE UCS, o Restaurante Universitário da UCS é apontado como o mais caro do país. Sem a opção de buffet livre, o buffet a quilo chega a custar R$48,90. O valor absurdo chocou toda a comunidade acadêmica, o que gerou um esvaziamento e perda de função do modelo. Isso porque a ideia de Restaurante Universitário serve para oferecer uma alimentação a um preço acessível e justo para o maior público das instituições: os estudantes, o que não ocorre na UCS. A maioria dos estudantes nem conhece o Restaurante Universitário e aqueles que conhecem não frequentam. Além do valor absurdo, o estabelecimento só abre durante o almoço, servindo de refeitório para a escola mantida pela FUCS e para alguns poucos funcionários. 


Estudantes se reúnem para discutir alternativas 

            A diminuição do valor, o oferecimento de uma opção acessível e a abertura do RU no período da noite, turno em que a maior parte dos alunos está na instituição, são as principais demandas levantadas pelo DCE UCS e foram pautas da último Conselho de Entidades de Base (CEB): reunião entre a entidade máxima de representação estudantil e os Diretórios e Centros acadêmicos de cada curso realizada no último sábado (03/09). Na ocasião, uma comissão de estudantes apresentou um estudo feito pela gestão do DCE UCS que aponta o Restaurante Universitário da UCS como um dos maiores preços do Brasil. Segundo a pesquisa realizada junto às principais universidades comunitárias do país, é possível encontrar valores que vão de R$8,50 livre na Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC), a R$14,00 no buffet livre com direito a uma proteína, como é o caso da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), sem mencionar os valores por quilo praticados por outras instituições similares. Entre todas as instituições de ensino superior consultadas, o valor cobrado pelas refeições na UCS é o maior. Os dados apresentados demonstram que é possível pensar um modelo de Restaurante Universitário que cumpra verdadeiramente com o seu papel. Segundo a presidente do DCE UCS, a estudante Bárbara Moreschi, as atitudes dos atuais responsáveis pela UCS estão na contramão do objetivo estabelecido de ser a melhor universidade comunitária do Estado: "Estão virando as costas para as reais necessidades dos estudantes. É evidente que o Restaurante Universitário não está cumprindo com o seu papel. Estamos realizando movimentações em busca de transformar o RU em um espaço que atenda todos os públicos da Universidade, com a abertura no turno da noite, redução do valor por quilo e oferecimento de uma opção de refeição balanceada e com um preço acessível, a exemplo das instituições apresentadas pelo estudo apresentado no CEB", destaca a líder estudantil.

        Além das questões apresentadas, a reunião debateu uma normativa elaborada pela UCS que busca atacar e inviabilizar a participação estudantil e a realização de atividades culturais e acadêmicas pelas entidades representativas, bem como, discutiu a má qualidade e problemas enfrentados por estudantes de cursos presenciais que são obrigados a cursar quase metade de seus cursos na modalidade à distância pagando preço de mensalidade presencial. Todas as questões seguem em discussão entre as entidades do movimento estudantil e novas ações estão sendo pensadas para combater esses retrocessos impostos pela atual gestão da UCS. A diretoria do DCE UCS, através de seus canais de comunicação, vai divulgar em breve maiores informações sobre os demais temas discutidos. Sugestões ou manifestações de interesse em contribuir com as discussões podem ser manifestadas através das redes sociais e dos canais oficiais de contato da entidade.

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